ARTE ORIENTAL EM EXPOSIÇÃO NO MUSEU HISTÓRICO NACIONAL

12 dezembro 2008 |


Em cartaz até novembro de 2009, no Museu Histórico Nacional, a exposição "A Sedução do Oriente: A arte asiática na coleção do MHN”, marcando a realização de uma grande mostra anual com acervo da própria instituição, com o objetivo de dinamizar as coleções em reserva técnica e propiciar ao público a oportunidade de apreciar relevantes conjuntos de peças que servem de fonte de estudos e induzem à reflexão sobre a nossa história.

A exposição “A Sedução do Oriente: A arte asiática na coleção do MHN”, que estará aberta ao público até novembro de 2009, reúne peças provenientes de diversas regiões – China, Japão, Coréia, Índia e até mesmo da antiga Pérsia (atual Irã) – que, de inegável valor estético e histórico, expressam o fascínio e a curiosidade que as civilizações do Oriente exercem sobre o Brasil desde o período colonial.

A exposição está dividida em módulos temáticos, a saber: arte (esculturas, pinturas e gravuras); religião (esculturas religiosas, vasos e incensários de templos); indumentária e acessórios (trajes, jóias,leques, quimonos etc); numismática; armaria e objetos de interiores (serviços de mesa, peças decorativas).

Destaque para a coleção de vestimentas, entre as quais o traje formal de corte (chaofu) do Imperador da China, além de acessórios curiosos, como o par de sapatos em seda preta e branca, bordado a fios de ouro e prata, usado pelas damas chinesas de alta classe social, que tinham os pés deformados na infância, e exemplares do "Netsukê" em marfim, peça muito rara usada para prender objetos ao cinto do quimono.

Interessante, ainda, o originalíssimo serviço de mesa que pertenceu ao Barão de Massambará, Marcelino de Avelar e Almeida, composto de 154 peças, cada uma com decoração própria ligada a temas da vida em ambientes de jardins palacianos. Outro objeto de destaque é o tabuleiro de xadrez em madeira laqueada que pertenceu ao Imperador D. Pedro I, cujas peças em marfim natural têm características européias, enquanto as pintadas em vermelho, orientais. Outras peças que merecem atenção são a ventarola de chifre rendilhado, mostrando uma figura do teatro de marionetes javanês; o panneau bordado em algodão e seda, representando Fênix - símbolo da imperatriz chinesa - a máscara de personagem feminina do teatro NOH (Japão feudal) - e o travesseiro-apoio em madeira laqueada e cetim, usado pela gueixa japonesa, cuja cabeleira elaborada não podia desmanchar-se ao dormir. Entre os objetos religiosos, uma escultura do Buda Amida, imerso em profunda meditação.

A exposição ficará aberta ao público até novembro de 2009.

A arte asiática, segundo o curador da exposição, o museólogo Jorge Cordeiro:

Durante o período colonial, e até meados do século XX, foi grande o fascínio que as civilizações asiáticas exerceram no Brasil, refletindo uma tendência que já existia na Europa. A filosofia, as artes, as religiões, enfim, toda a vasta e milenar cultura oriental sempre foi motivo de curiosidade e de especulação, em que pesem as diferenças abissais entre o Ocidente moderno e o Oriente tradicional. Seja o gosto pelo inusitado e pelo surpreendente, que está na origem da curiosidade humana, seja pela inegável beleza das peças orientais, o fato é que a elite brasileira se mostrou verdadeiramente deslumbrada pela expressão oriental. E não só pelo que procedia diretamente daqueles países longínquos, mas também pelos artigos oriundos da Europa, e que se enquadravam na filiação artística denominada chinoiserie - interpretação ocidental dos estilos chineses trazidos pelos viajantes europeus. Se, por um lado, deu-se, a partir do século XIX, uma relativa ocidentalização do Oriente, com o ônus da invasão do consumo de massa, por outro, abriu-se para o Ocidente, um maior aprofundamento da compreensão do pensamento oriental. Acontecimento que influenciou tanto a conduta individual como a comunidade acadêmica a aprofundar-se nos estudos orientais. No Brasil contemporâneo, esta influência ainda é comprovadamente significativa, sobretudo nos campos da gastronomia, da arquitetura e das artes plásticas.


Museu Histórico Nacional
Praça Marechal Âncora s/n Centro
Próximo à Praça XV
www.museuhistoriconacional.com.br
mhn02@visualnet.com.br
Telefone: 21-25509220

Aberto ao público de 3º a 6º feira, das 10h às 17h30 e aos sábados, domingos e feriados (exceto Natal, Ano Novo, Carnaval e dias de eleições), das 14h às 18h. Não abrimos ao público nas segundas feiras, mesmo que seja feriado.

Ingresso para exposições do Museu Histórico Nacional:
R$ 6,00 (seis reais)
Estão isentos de pagamento (mediante comprovação): crianças até cinco anos de idade; sócios do ICOM-International Council of Museum; funcionários do IPHAN; alunos e professores das escolas públicas federais, estaduais e municipais; brasileiros maiores de 65 anos; guias de turismo e estudantes de museologia. Alunos agendados da rede particular de ensino e brasileiros maiores de 60 anos e menores de 65 anos pagam a metade do valor. Aos domingos, a entrada é franca.

NO ENTANTO:

Para visitar a exposição internacional e temporária "Corpo Humano: Real e Fascinante", aberta ao público de 27 de setembro a 14 de dezembro de 2008, é necessário adquirir ingresso diferenciado nos seguintes valores: R$ 40,00 e R$ 20,00 (estudantes e terceira idade). Esse ingresso dá direito de visitar as demais exposições em cartaz. Mais informações pelo telefone 40031212 ou no site www.ingressorapido.com.br Não há gratuidade para essa exposição, nem mesmo no domingo.

Durante o período da exposição "Corpo Humano: Real e Fascinante" , o Museu Histórico Nacional estará aberto excepcionalmente de terca a domingo, das 10h às 18h. Última entrada para a exposição às 17h15m. Agendamento para grupos escolares através do telefone 11-3883-9090 ou do e-mail atendimento@divertecultural.com.br


Legenda da foto:

De 14 de novembro a 1 de novembro de 2009 :
Exposição "Sedução do Oriente: A Arte asiática do Museu Histórico Nacional"

Barco a remo
Em madeira, marfim e madrepérola, Japão, século XVIII.
Estatueta representando um barco com dois remadores.
Foto: Paulo Sheuenstuhl

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