Atriz, poeta e professora: tríplice talento de uma atriz que encanta o Brasil

21 janeiro 2009 |


Claudia Alencar. Este nome está associado à cultura nacional de forma intensa e marcante. A atriz, hoje contratada pela Rede Record, tem uma história longa de formação e preparação profissional que resultou não somente em um nome famoso, mas uma artista capacitada para atuar e diversificar personagens com a criatividade e o talento necessários. Bacharel Licenciada em Teatro pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, lecionou Arte Dramática durante 5 anos para o Ensino Fundamental, Médio e Universitário. Acumula 22 peças de teatro, como “Tartuffo” de Moliére, com Paulo Autran, “Tiro ao Alvo” com Marco Nanini, “A Partilha” de Miguel Falabella , “Quase 84” de Fauzi Arap, “O Momento” de Mariana Martins de Leilah Assumpção, dentre outras. Sucesso em 9 longas-metragens, como “Doce Delírio” de Manuel Paiva, “A Freira e a Tortura”” de Ozualdo Candeias, “Xuxa e os Duendes” e “Por Trinta Dinheiros” de Vânia Perazzo. Além disso, participou de 26 novelas e minisséries na Rede Globo, entre elas, “Roda de Fogo”, “Patativa”, “Tieta”, “D. Laura”, “Fera Ferida”, “Perla Menescal”, “Hilda Furacão” “Divinéia” e, em “Porto dos Milagres”, no papel da vice-prefeita “Epifânia.”. Na área da literatura, tem 5 livros publicados: 2 de pesquisas teatrais e 3 de poesias. Tudo isso dá à Claudia Alencar os títulos de atriz, poeta e professora.

CULTURA VIVA: Para você que é uma profissional completa e já atuou em novelas, filmes, peças teatrais e tem livros publicados, como analisa a chegada dos novos artistas brasileiros? Chegaram numa boa época ou percebe despreparo para os desafios?
CLAUDIA ALENCAR: Há uma turma ótima de jovens talentos que se apossa maravilhosamente das novas tecnologias, criando inéditas formas de interpretação do mundo e da atuação em si. Há também, é verdade, uma grande parte em que o foco está na mídia, na fama e não no conteúdo do trabalho criativo em si, na descoberta de novos caminhos, para a nossa cultura, mas como sempre aconteceu historicamente o joio vai se separando do trigo e o tempo se encarrega de nos deixar só os bons legados.

C.V.: No início de sua carreira se espelhou em alguém ou já lançou seu próprio jeito de atuar?
C.A.: José Celso Martinez Correa, Guarnieri, Boal, Fauzi Arap eram meus parâmetros da arte teatral. Giulieta Massina, Ana Magnani, Sofia Loren eram meus ícones da arte de interpretação e o aprendizado veio também com a Faculdade (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), com a Pós-Graduação em Teatro, com a prática diária da profissão e olhando grandes colegas atuarem, como Laura Cardoso, Cleyde Yáconis, Glória Pires, Tony Ramos e muitos outros colegas dos quais me orgulho muito. Creio que o Brasil fornece uma das melhores safras de atores e atrizes do mundo.

C.V.: Onde se sente mais a vontade: nas novelas, no teatro ou no cinema?
C.A.:Me sinto melhor fazendo um bom texto, um bom personagem, com uma ótima direção e um elenco de bons profissionais – não necessariamente uma protagonista – Todas essas mídias de atuação me dão imenso prazer, mas se por exemplo, eu faço teatro e a peça é ruim e o personagem não está bem construído ir ao teatro todas as noites se torna um suplicio. Fazer um filme e depois ver um bom roteiro ser transformado numa obra ininteligível, também é muito frustrante. O processo ocorre o mesmo com novela... Então, o que me agrada é um bom texto, a boa direção, a equipe competente, o personagem bem elaborado, independente da mídia.

C.V.: Se não fosse atriz, qual seria sua profissão?
C.A.:Gosto de pintar e gosto de escrever. Faria cursos, faculdades, tentaria me aprimorar mais e tentaria viver dessas artes, que em todo o mundo são instáveis, mas dão uma alegria de viver imensa.

C.V.: Que dica você daria para alguém que sonha em fazer sucesso no meio artístico e ainda está engatinhando?
C.A.: Fazer sucesso.... Quando eu comecei minha carreira eu queria fazer arte. Queria descobrir novos caminhos. Descobri alguns, fiz alguma arte, faço algum sucesso. Não acho que devemos buscar o sucesso, acho que devemos buscar aprender nosso oficio. Ler, ver filmes, viajar, debater idéias, aprimorar o corpo, a voz, ler mais ainda, escrever, freqüentar cursos, bons amigos, porque todo esse cabedal de informações vai formar o nosso “poço criativo” e nos dar ferramentas para atuarmos melhor e assim sermos úteis à sociedade. Esse é o sucesso.

Foto: Rodrigo Lopes

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